sexta-feira, 22 de abril de 2011

O que cabe em um abraço?

Ela o viu. E se fez notar. Visto que havia se arrumado com tanta minúcia que previa exatamente o que estava por vir.

Um beijo e um abraço. 
O que cabe em um abraço? Cabe toda uma lembrança, ou várias, que vieram à superfície da memória, atraídas pelo perfume que o abraço tinha. Ah! O perfume... Se não fosse o perfume, talvez o abraço fosse simples cumprimento, ou despedida. Mas não. O olfato logo ativa esse recôndito onde está um momento de intensa felicidade. E aquelas notas aquáticas combinadas com acordes amadeirados foram direto ao ponto. Lembrara da penumbra do quarto, o lençol, o cobertor furado, o chocolate e a garrafa d´água.
E aquele perfume a fez desejar a chance de parar o tempo, ali mesmo.

Outro beijo e outro abraço.
Cabe uma desculpa. Faz com que essa desculpa traga uma sensação de paz e uma convicção, desconcertante, de que não era pra ser.
Paz coisa nenhuma! Se fosse paz ela não estaria sem sono, ela apenas desejaria que ele ficasse bem e isso faria com que a história terminasse no abraço. Mas não.
Dele... um sorriso, assim, disfarçado.
Dela... uma mão que procurava apoio no encosto da cadeira mais próxima e escorregou.
E algumas palavras gaguejadas.

Mais um beijo e um último abraço.
Cabe também um olho no olho, surgido de um momento inesperado, um cara a cara que jamais teria imaginado.
E quando é que se está preparada para as voltas que a vida dá? Ela se perguntava.
Sem resposta. Para essas voltas, talvez nunca esteja preparada, concluiu. 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Quero falar às mulheres

Tem muita coisa que me incomoda nessa vida. Sim, eu sou uma pessoa difícil de agradar e critico com frequência o comportamento alheio. Fico pensando naquela frase: "com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado". Mas não era sobre isso que queria falar.
Era sobre canalhice que eu queria falar. Uma das coisas que mais me incomoda nessa vida é homem canalha.
O dicionário define canalha como sem caráter, sem pudor, desprezível. E eu acho que é isso sinto pelos canalhas de plantão: desprezo! E olha que nem sou de colocar-me em posição superior a outro ser humano [meus julgamentos são sempre pensando em quanto a pessoa podia ser melhor que ela mesma]. Mas nesse caso, sim, eu desprezo o homem canalha.
Já conheci alguns. Já vi mulheres convivendo com alguns, já vi amigas sofrendo por alguns e repetindo atitudes que levam a esse sofrimento vazio.
E esse sofrimento eu lamento. Lamento muito porque ele é dispensável. Ele é evitável. Nós mulheres temos uma parcela, considerável, de culpa quando o assunto é canalhice: por que nós, muitas e repetidas vezes, nos colocamos em condições desagradáveis e até humilhantes e permitimos que o sujeito atue como quer, e depois saímos lamentando sua existência, sua crueldade. Como se não fossemos responsáveis por nossas atitudes, por nossas escolhas e por permitir que algumas pessoas continuem em nossas vidas.
Mais que um incomodo, é uma revolta. Me revolto com mulheres que entram num jogo falido, acreditando na falsa esperança de que aquele sujeito vai, um dia, acordar e perceber que ‘aquela é a mulher da minha vida’ e tudo resolvido. Toda a humilhação e constrangimento vividos com aquele sujeito terminará ali, e você será feliz para sempre. Não importando quantas vezes, depois de você se sentir a única e mais especial mulher da vida dele durante a ‘noitada’, o seu telefone não receberá nem chamadas, nem mensagens, e ele pode até te encontrar na rua e agir como um conhecido qualquer. Sim, isso vai acontecer. Mas mesmo assim, na próxima oportunidade ‘de ouro’ essa mulher sairá com ele no fim da festa, ouvirá o mesmo discurso medíocre pensando ‘ah, amanhã eu me resolvo’. Sobre isso quero falar mais adiante.
Ainda quero dizer que o canalha se defende. Sim! Uma das frases do discurso medíocre é: ‘eu não quero me comprometer com ninguém agora, e isso é o máximo que eu posso te dar’. Quando ouvir isso, o alerta cair fora deve piscar imediatamente! Quando o cara quer de verdade, ele sabe fazer algo a respeito, não importando quantas vezes ele já sofreu.
E o canalha achará muito digna a frase em sua defesa, por que, no dia em que você pressioná-lo quanto a situação de vocês, ele vai lembrá-la que avisou que não podia te oferecer um compromisso. E você pode até se dar conta de que alimentou falsas esperanças, mas vai culpá-lo. Vai chorar e vai culpá-lo.
E o pior dessa culpa é que ela não vai te permitir amadurecer ao ponto de perceber que amor não é só desejar alguém, e literalmente dar o que sujeito quer em troca de algumas migalhas de atenção.
É preciso valorizar a pessoa que se é. E não permitir um jogo barato, doloroso e sem futuro. 
Resolva-se agora! Assuma o poder de mulher que és, e procure valores, procure por caráter. Não sucumba a carência se você sabe que não dará conta no dia seguinte e na semana seguinte. 
[Nada contra as mulheres que sabem fazer o jogo e nem se preocupam com a ligação no dia seguinte, tenho até inveja por não ser assim ‘desencanada’.]

Era isso... 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Construo internamente uma vontade. Um querer ser sua, e ponto.
Nada de meias palavras e planos desmontáveis. Inteiro. Completo. Permanente.
Um querer tudo de confiável que a tua conduta demonstra. Tudo de seguro que teu abraço transfere.
Uma vontade de conhecer melhor cada detalhe da tua vida. Saber dos seus planos, me encaixar neles. Escrever uma nova história, incluir você nela.
Sentir que não ficamos juntos antes porque a vida estava nos preparando. Saber que a busca terminou. Que duas almas finalmente se encontraram, e que assim será.
Ser teu amanhã.
Eu sei e vc não sabe, mas eu não sei lutar por você. Tenho medo de forçar a situação, de ser inconveniente, de mexer em uma história que não é a minha/nossa.
Te cuido de longe... 08/12/10

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Momentos são marcas

Momentos são marcas. Marcas no tempo. Marcas na vida!
Ao som da chuva, ora caindo mansinha, ora caindo com mais força, você fala sobre carinho, sobre presença. Sobre como é bom estar (aqui!). Você fala sobre novos pontos de vista, sobre uma vida de verdade. Das verdades que eu quero.
A chuva batendo no parabrisa embala o momento, recebo carinho sem hesitar, sem questionar. Embora com um pouco de ansiedade, de não ter certeza de que vc tbm quer estar ali.
E o tempo passa rápido. A vida passa rápido. E mais uma vez eu gostaria de ter controle sobre essa velocidade. Mas ‘a vida não pára! E é tão rara...’. Uma recordação se fez, o momento está lá. O momento ficou.
Metade de mim me avisa que talvez não seja você e que também não seja eu. [E eu já nem sei se isso é defesa ou intuição]. A outra metade quer reunir esses momentos em história no tempo, em história na vida. Sem pressão para ‘fazer acontecer’, por que já está acontecendo algo bom.
E embora isso me deixe assim com traços de melancolia, a decisão está tomada. Viverei os momentos que me esperam. Se não for você nem eu, estaremos aproveitando o tempo, estaremos registrando esse momento em nossa história. E isso nem chega a ser ruim.
Fica o [pre] sentimento de que não tem muito espaço pra mim na tua vida. Não tem muita pausa pra mim no teu tempo. 05/11/10

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lugar estranho

Encontro-me em uma das situações mais difíceis que poderia estar. Não sei nem se esta posição, este lugar tem nome: ver quem um dia me chamou de 'amor da minha vida', de mãos dadas com outro amor. E sentir o 'slap in the face' cantado pela Alanis.

É olhar pra aquela pessoa, com quem se fez planos de felicidade para sempre e perceber
1) que o pra sempre foi mais curto que se poderia imaginar
2) que você não tem vontade de tê-lo de volta, mas que aquela imagem faz ressurgir o sentimento de 'porque não eu ali?'
3) que o tempo está demorando demais pra passar e trazer novas coisas para se acreditar!


É perceber que o espaço deixado pela pessoa não pode ser preenchido. E que também não tenho competência para preenchê-lo agora. Com nada nem ninguém.
Fico aqui neste espaço, sem nome, onde as lembranças mais me atormentam do que me fazem sentir que valeu a pena tanto amor. Como se o amor, me fizesse pagar bem caro por tê-lo disperdiçado por tão pouco!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O início...

E surgiu.
Não tenho certeza se o objetivo deste blog é compartilhar sentimento, sensação e reflexão. Ajudar, questionar, dividir [e até somar], conhecer e distrair.
Ou escrever a procura de pessoas que pensem e concordem com o que digo, sendo assim um blog para o meu ego.

Mas tá ai...